Sou clínico geral e muitas vezes preciso avaliar os níveis séricos de testosterona livre. Existe alguma recomendação atual quanto à solicitação dessa dosagem?
Cristais de testosterona, vistos sob microscopia de luz polarizada..
ALFRED PASIEKA/SPL/LATINSTOCK
Como a dosagem da testosterona sérica é imprescindível para o diagnóstico de disfunções das gônadas e da glândula adrenal, bem como para a avaliação do desenvolvimento puberal, é importante que os ensaios de testosterona total e livre sejam confiáveis.
As metodologias que foram desenvolvidas para estimar a fração livre no soro levam em consideração as dificuldades em sua dosagem pelos testes disponíveis. Ocorre que grande parte desse hormônio circula no plasma ligada à albumina e à globulina ligadora dos hormô- nios sexuais (SHBG), sendo a testosterona livre, ou forma biologicamente ativa, correspondente a apenas 1-3% de sua concentração total.
A fração livre pode ser dosada por métodos indiretos (radioimunoensaio) – não recomendados devido à acurácia e à sensibilidade reduzidas – ou diretos, seja após separação física (diálise de equilíbrio) ou após precipita- ção com sulfato de amônio (testosterona biodisponível).
Entretanto, ainda assim tais metodologias implicam significativa complexidade, visto que os níveis de testosterona livre são realmente muito baixos.
A dosagem da testosterona biodisponível é tecnicamente simples, mas depende da precipitação com o sulfato de amônio, o que pode gerar variações dos níveis entre uma medida e outra. Considerada o padrão-ouro, a diálise de equilíbrio apresenta relativa acurácia, porém se mostra tecnicamente laboriosa, cara e dependente da precisão da dosagem da testosterona total.
O Fleury faz o cálculo da fração livre desse hormônio pela fórmula de Vermeulen* , que se baseia na medida paralela da SHBG e na premissa de que uma molécula de SHBG carrega uma de testosterona. Trata-se de um mé- todo simples, com excelente correlação com a técnica de diálise de equilíbrio (coeficiente de correlação de 0,96), e aceito pelos especialistas da área, a ponto de ser recomendado pela Sociedade Americana de Endocrinologia**.
* Vermeulen A et al. J Clin Endocrinol Metab 84: 3666-3672, 1999.
** Rosner W et al. J Clin Endocrinol Metab 92:405-413, 2007.
Dra. Milena Gurgel Teles Bezerra
Assessora médica do Fleury em Endocrinologia
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