Tenho recebido crianças com tosse crônica, a maioria com o calendário vacinal em dia. Devo pensar em coqueluche, mesmo nesses casos? Se afirmativo, que exame é o mais indicado para confirmar a infecção?
De acordo com o Ministério da Saúde, no ano de 2024, o Brasil teve 6.006 casos de coqueluche confirmados, um número 28 vezes maior do que o de 2023 (214 casos). Esse aumento significativo de infecções pela Bordetella pertussis igualmente foi observado em outros países das Américas.
Em vista desse cenário epidemiológico, e alinhado a uma cuidadosa história clínica e exame físico, deve-se considerar sempre a hipótese de coqueluche em crianças e adolescentes com tosse persistente – especialmente quando súbita, incontrolável, rápida, extenuante e seguida de guincho inspiratório e/ou vômitos.
A confirmação laboratorial pode ser feita com maior assertividade conforme o momento evolutivo da doença. A PCR em secreção de nasofaringe tem utilidade até a terceira semana de sintomas, com especificidade de 86-99% e sensibilidade de 70-99%. A cultura pode ser usada até duas semanas após o início do quadro, mas possui baixa sensibilidade (de 12% a 60%). Já a sorologia apresenta papel limitado para o diagnóstico, visto que não é capaz de diferenciar anticorpos induzidos por infecção ou por vacinação.
Uma das maneiras mais eficazes para a prevenção da coqueluche é a imunização, cuja proteção de curto prazo fica em torno de 80% a 85% e começa a diminuir após cerca de um ano, sendo pouco relevante após cinco anos de seu uso. Dessa forma, há necessidade de reforço a cada dez anos, notadamente na conjuntura atual.
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