Ultrassonografia em dermatologia

Método veio ganhando importância prática no diagnóstico e manejo das doenças da pele

Usado desde 2000 em ambiente acadêmico, método veio  ganhando importância prática no diagnóstico e manejo das  doenças da pele, de processos infecciosos a lesões malignas.

O Fleury acaba de inaugurar um Centro  Integrado de Dermatologia na Unidade  Brasil 1, que reúne exames dermatológicos, inclusive com aparelho de ultrassom de última geração com transdutores de alta frequência e excelente  resolução, além de profissionais treinados e experientes nessa área.

A ultrassonografia pode auxiliar o  clínico em diversas situações da prática dermatológica, da localização  de corpo estranho, passando por  detecção de alterações inflamatórias e esclarecimento de nódulos  palpáveis, até a avaliação de tumores (veja quadro).

"Na hora de solicitar o exame... Lembre-se de especificar que se  trata de um exame ultrassonográfico  dermatológico ou de pele e as  regiões que devem ser examinadas."

Aplicações da ultrassonografia dermatológica

  • Aparelho ungueal: pesquisa de alterações na matriz, leito, lâminas  
  • Alterações inflamatórias: grau de acometimento e atividade da lesão  
  • Corpo estranho: detecção e exata localização (figura 1) 
  • Hidroadenite: diagnóstico, acompanhamento terapêutico e planejamento cirúrgico  
  • Infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos: localização e extensão, grau de atividade e controle pós-tratamento (figuras 2 e 3) 
  • Lesões vasculares: determinação do tipo, extensão e controle pós-tratamento (figuras 4 e 5) 
  • Mapeamento de produtos pós-procedimentos estéticos: avaliação do tipo e de eventuais complicações (figura 6)
  • Nódulos palpáveis: localização da lesão na camada da pele, diferenção entre sólido e cístico, caracterização entre maligno e benigno e identificação da presença de vascularização (figura 7) 
  • Tumores: avaliação de extensão, profundidade, vascularização, estadiamento (figura 8)

O uso desse método em doenças dermatológicas não  é novidade. Na verdade, fomos pioneiros no Brasil  na pesquisa e posterior comprovação da utilidade da  ultrassonografia nesse contexto, com exames realizados  dentro do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas  da Universidade de São Paulo desde o ano de 2000. O  exame, feito com transdutor de alta frequência, trouxe  importante auxílio ao diagnóstico, à escolha terapêutica  e ao controle pós-tratamento das lesões em diversas  afecções da pele, tanto tumorais como inflamatórias,  tanto palpáveis quanto visíveis e vasculares. 

Livros e artigos que abordaram o uso da ultrassonografia dermatológica, publicados por diversos autores, notadamente na Europa e América Latina, corroboraram os  achados e impulsionaram a efetivação desse método de  imagem no dia a dia das clínicas.

Convém ponderar que o exame é essencialmente dependente do aparelho, que precisa usar transdutores de alta  frequência, dedicados a detectar lesões superficiais ou  profundas, grandes ou pequenas, vascularizadas ou não,  extensas ou focais, bem como do médico, que obrigatoriamente deve ser um radiologista com conhecimento  dermatológico, capaz de interpretar os achados, e, sobretudo, com experiência prática na execução dos estudos ultrassonográficos. 

Nos últimos anos, com o lançamento de novos aparelhos com transdutores de frequência ainda mais alta e de  softwares dedicados e também com a formação de novos  especialistas na área, observa-se grande melhora na definição das imagens e na realização dos exames, o que vem  permitindo diagnósticos cada vez mais precisos e precoces.


Referências bibliográficas 

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8. Wortsman X. Atlas of Dermatologic Ultrasound,  1st Ed. https://doi.org/10.1007/978-3-319-89614-4_1.

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Consultoria médica:

Dr. Marcio Bouer 

Consultor médico em Imagem 

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