As particularidades anatômicas do pâncreas tornam sua avaliação bastante complexa, de modo que não são raras as situações em que o diagnóstico preciso só é definido após a intervenção cirúrgica. Nesse contexto, vale destacar a utilidade da ultrassonografia endoscópica, também conhecida como ecoendoscopia, para a investigação de afecções pancreáticas, notadamente o câncer de pâncreas. No que tange aos nódulos pancreáticos, o método tem alta sensibilidade para a detecção dessas lesões, especialmente as de dimensões menores, que podem não ser visualizadas em imagens obtidas por ressonância magnética e, principalmente, por tomografia computadorizada (TC), hoje a técnica mais utilizada para rastrear o adenocarcinoma pancreático.
Imagem ecoendoscópica evidencia lesão hipoecogênica na cabeça do pâncreas.
Na prática, o transdutor de alta frequência, posicionado por via endoscópica, permite a obtenção de imagens detalhadas do órgão, em alta resolução, que superam qualitativamente as produzidas por outros exames. Com isso, é possível visualizar pequenas lesões pancreáticas, com diâmetro de 2-3 mm, e suas relações com os vasos sanguíneos adjacentes, tais como a veia porta e os vasos mesentéricos.
A ecoendoscopia vem sendo também o meio mais usado para guiar a punção aspirativa por agulha fina (Paaf) nesse órgão, uma vez que possibilita o posicionamento do transdutor em proximidade direta com a via biliar e o pâncreas, através do estômago e do duodeno, favorecendo a localização precisa das lesões e encurtando o trajeto da punção. Para completar, é altamente sensível para verificar invasão vascular, além de poder confirmar o envolvimento dos linfonodos por meio da Paaf, contribuindo para o estadiamento local e regional das neoplasias pancreáticas malignas, sobretudo para lesões menores.
Como esses são os principais critérios para determinar se um tumor é ressecável, o exame apresenta boa acurácia para definir a indicação de cirurgia e, assim, reduzir o número de laparotomias desnecessárias – afinal, menos de 20% dos pacientes apresentam, no momento do diagnóstico, massas passíveis de abordagem cirúrgica, sendo os demais, portanto, candidatos a tratamento paliativo. Para lesões maiores e metástases a distância, no entanto, a TC helicoidal demonstra melhor desempenho, segundo alguns estudos.
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Na fig. A, imagem endoscópica demonstra leve abaulamento junto à incisura angular, com superfície mucosa íntegra, sugerindo lesão de origem subepitelial (LSE). Na fig. B, imagem ecoendoscópica do mesmo caso aponta lesão hipoecogênica de 1,8 cm, bem delimitada, com crescimento exofítico e originária da camada muscular própria (MP), sugestiva de tumor estromal do trato gastrointestinal (Gist).
Assessoria Médica |
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Dra. Beatriz Mônica Sugai: [email protected] |
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